Cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo se alimentam de insetos. Será que a população brasileira vai se somar a elas? Alguns criadouros de insetos para alimentação humana já foram implantados no país. |
Comer insetos é uma prática comum em várias localidades. Estima-se
que cerca de três mil povos espalhados em 120 países consomem insetos
regularmente em sua alimentação.
Aqui no Brasil comer esses pequenos animais não é comum, mas há quem
diga que a moda pode pegar. Será mesmo? Pelo menos é no que apostam
alguns empresários. Em Minas Gerais já existem criadouros de baratas,
grilos, gafanhotos, entre outros insetos.
À princípio, os criadouros eram puramente para a produção de uma
ração animal altamente proteica, já que os insetos são ricos em
proteínas. No entanto, os empresários viram nisso uma oportunidade de
negócio alimentício para humanos e então começaram a produzir também
insetos para esse fim.
Embora os bichinhos pareçam nojentos, o controle de qualidade é bem
grande, ou seja, eles são bem limpinhos e crescem em um ambiente
estéril.
Colapso na indústria de alimentos
Parece improvável que os insetos se tornem fonte de alimentação no
nosso país, no entanto, estudiosos apontam que até o ano de 2050 a
população mundial poderá ultrapassar os 10 bilhões.
Atualmente, cerca de dois terços das terras disponíveis são usadas
para a produção de alimentos, até lá o número deve aumentar. Isso pode
criar um verdadeiro colapso na indústria de alimentos, que terá que
produzir mais alimentos, em menos espaço proporcional e numa menor
quantidade de tempo.
Nesse sentido, os insetos podem se tornar uma saída, pois demandam
menos espaço e se reproduzem facilmente e em grande volume. Além disso,
enquanto fonte de proteínas, eles podem ser mais eficientes.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais
apontou que os grilos, por exemplo, possuem quatro vezes mais proteínas
do que as vacas. Para ter uma ideia, os grilos consomem 1,7 kg para
produzir 1kg de proteína animal, enquanto as vacas necessitam ingerir
7,7 kg para produzir o mesmo 1 kg de proteína.
O mesmo vale para porcos e frangos, o porco precisa consumir 3,6 kg
para produzir 1 kg de proteína animal, já os frangos 2,2. O carneiro só
não perde para as vacas, ele precisa de 6,3. Por esse motivo, estudiosos
afirmam que os insetos podem acabar com a fome no mundo.
Benefícios ao meio-ambiente
Além de mais nutritivos, os insetos também podem beneficiar o
meio-ambiente, porque liberam menos substâncias nocivas durante a sua
produção. Os porcos, por exemplo, liberam cerca de 8 a 12 vezes mais
amônia do que os grilos e 50 vezes mais do que os gafanhotos.
A amônia é um dos gases responsáveis pelo efeito estufa, quanto maior
a produção animal, maior a liberação do gás, e maior também é o estrago
no clima do planeta. Estrago esse que poderia ser reduzido com a
inclusão deste bichinhos na nossa alimentação como fonte proteica.
Apesar de tantos benefícios, é provável que os insetos para
alimentação humana necessitem romper uma grande barreira cultural, além
de intensas fiscalizações sanitárias. De qualquer maneira, fica a
dúvida: Será que um dia vamos comer insetos?
Fontes:fatosdesconhecidos